fitosíntese

Precisamos de agir para não perder a produção nacional de milho

Não é possível pensar na agricultura em Portugal, sem considerar o milho. No contexto agrícola português o milho é a mais importante cultura arvense e aquela que mais explorações agrícolas envolve. Segundo a ANPROMIS, estima-se que existam mais de “75.000 unidades produtivas, ocupando cerca de 150.000 hectares de área cultivada, de Norte a Sul do país”.

A cultura do Milho tem impactos positivos não apenas em Portugal mas em toda a União Europeia, com destaque para o aumento das exportações de milho em mais 28%, face à campanha anterior, pelos países UE.

Mas nem tudo são boas notícias. Antes de aplaudir os resultados do passado, vale a pena perceber se estamos a equacionar o futuro e a garantir que estes resultados positivos se repitam.

Perante as incertezas face à garantia da disponibilidade das ferramentas de protecção das culturas nos próximos anos, a Anipla fez um levantamento do impacto possível na cultura de milho para grão.

Neste estudo, realizado pela Anipla em 2016, em parceria com produtores e associações de produtores, ficou evidente que, com a elevada probabilidade de várias substâncias activas, actualmente autorizadas na produção nacional, virem a ser proibidas num horizonte temporal mais ou menos alargado, o cenário é de elevadas perdas na produção.

Se os produtores de milho forem impedidos de aplicar as substâncias activas para a protecção da cultura, é previsível uma quebra de produtividade devido ao deficiente nível de controlo das infestantes, com uma perda da ordem de 60% da produção e um impacto de cerca de 99 milhões de euros no rendimento ao produtor.

Esta é uma produção eminentemente profissional, de curtas margens operacionais. Neste cenário, esta cultura passaria a tornar-se inviável, o que significaria o abandono da actividade de dezenas de milhares de produtores.

Vale a pena considerar os factos.