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Agricultores na UE: o perfil de quem nos põe a comida no prato

A agricultura é uma das atividades mais fundamentais para a sobrevivência humana, mas há ainda algum desconhecimento sobre o agricultor e as características da sua missão. É uma profissão muitas vezes vista como tradicional e envelhecida e ainda que essa seja uma realidade demonstrada pelas várias estatísticas disponíveis, não espelha a evolução que tem sofrido nas últimas décadas.

O trabalho árduo do agricultor, sujeito a fatores que não pode controlar (como o clima, por exemplo) é um exemplo de resiliência que muitos jovens estão já a seguir. Dados do Ministério da Agricultura mostram que no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) foram apresentadas mais de cinco mil candidaturas de jovens agricultores, sendo que 1012 já foram contratadas, num investimento de 356 milhões de euros.

Atualmente, pouco mais de 5% dos 11 milhões de agricultores que existem na União Europeia têm menos de 35 anos. Os produtores com 65 ou mais anos representam 31% do total. Em Portugal, metade têm acima de 65 anos e na Roménia a percentagem chega aos 45%. Contudo, na Alemanha, na Áustria e na Polónia menos de 10% dos produtores continuam a laborar após a idade da reforma.

Apesar de ainda pouco representativos, os jovens agricultores estão entre os mais inovadores, fruto de uma qualificação profissional cada vez mais elevada. Quase 20% destes produtores europeus têm um curso específico e usam com maior preponderância novas tecnologias e ferramentas para aumentar a produtividade e promover a sustentabilidade.

Na União Europeia, a maioria dos agricultores mais velhos exploram, em média, 6,3 hectares de terreno, abaixo da média global (16,2 hectares). Já os jovens agricultores, ainda que em menor número, cultivam áreas de dimensão próxima da média (16,1 hectares). Isto significa que muitos dos produtores com mais de 65 anos são agricultores de subsistência. Bruxelas estima que com a reforma progressiva destes profissionais haverá 20 mil hectares de terra agrícola disponível, um recurso essencial para os mais jovens que, hoje, já apontam a falta de terra como uma das suas maiores dificuldades.