Segundo os dados divulgados pela FAO, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, em 2050, a população mundial irá ultrapassar a marca dos 9 mil milhões de habitantes, o que representará um crescimento populacional de 34%, comparativamente aos dias de hoje.
Para alimentar 9,1 mil milhões de pessoas, a produção alimentar terá de aumentar 60% em todo o mundo, o que significa que nos países em desenvolvimento, a produção terá praticamente de duplicar. De acordo com o estudo levado a cabo pela Universidade Católica, em colaboração com a ANIPLA, 93% dos portugueses desconhece que a produção alimentar terá de aumentar 60% até 2050 para responder às suas necessidades.
A agricultura do século XXI enfrenta múltiplos desafios e um deles é a necessidade de se aumentarem os níveis de produção de alimentos, de maneira a dar resposta às carências de uma população em crescimento. Esta demanda alimentar tem vindo a colocar uma pressão crescente nos recursos agrícolas que já são diminutos.
Atualmente, e apesar dos avanços feitos nos últimos 20 anos, ainda há mais de 800 milhões de pessoas que sofrem de fome crónica, o que faz deste um dos principais desafios da atividade agrícola. Naturalmente, isto implica aumentos significativos na produção de várias culturas importantes. Por exemplo, a produção anual de cereais teria que crescer em quase mil milhões de toneladas e a produção de carne em mais de 200 milhões de toneladas, para atingir um total de 470 milhões de toneladas em 2050. Alimentar adequadamente a população mundial e garantir a sua segurança nutricional também significaria produzir os tipos de alimentos mais escassos.
Apesar de distante, em 2050 ainda estaremos longe de resolver o problema da pobreza e da subnutrição, que continuarão a existir, embora em níveis significativamente menores do que os de hoje. As projeções atuais sugerem que o aumento da produção, por si só, não será suficiente para garantir a segurança alimentar de todos e que em 2050, haverá pelo menos ainda 370 milhões de pessoas subnutridas.
Promover o crescimento do setor agrícola é uma das formas mais eficientes de reduzir a fome e de garantir a segurança alimentar para todos. Para isto, os agricultores precisarão de novas tecnologias para produzirem mais, com menos e os governos terão de assegurar que o aumento da produtividade beneficia todos, de igual forma, usando os recursos disponíveis sempre de forma sustentável.
Para a produção do setor agrícola atingir níveis mais eficazes de sustentabilidade será necessário ter em consideração fatores de ordem social, económica e ambiental. Como por exemplo, usar os recursos disponíveis de forma eficiente, recorrendo a menos matéria-prima e alcançando maior produtividade; gerir de forma inteligente os riscos ecológicos, sociais e económicos associados aos sistemas de produção do setor, incluindo pragas, doenças e mudanças climáticas e facilitar o acesso dos agricultores a informações e tecnologias necessárias.