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Agricultores querem garantia de combustíveis para a época alta das colheitas

FOTO BARTEK SADOWSKI/BLOOMBERG VIA GETTY IMAGES

A Confederação dos Agricultores de Portugal quer que o Governo reveja a lista de postos de abastecimento prioritários, pois “não pode haver portugueses de primeira e de segunda, urbanos e rurais. Todos contam”

Os agricultores apelam ao Governo para que reveja a Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, “por forma a acautelar que a atividade agrícola seja salvaguardada e que o trabalho de meses de dezenas de milhares de pessoas não seja simplesmente destruído porque não existe combustível para as máquinas poderem operar”.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, apela ao Governo para que actue de forma determinada no que à greve dos motoristas de matérias perigosas diz respeito, por forma a assegurar a normalidade operacional do setor agrícola.

É que, a greve anunciada para 12 de agosto, coincide com um período agrícola particularmente intenso, em plena época de colheitas, como a pera-rocha, o tomate para a indústria, pimento, milho, batata, uva, entre outras, de vital importância para milhares de agricultores e suas organizações em todo o país, o que pode comprometer, segundo a CAP, as exportações e a viabilidade de todo um ano de trabalho. Aquela confederação sublinha ainda que “as colheitas não esperam, simplesmente perdem-se”.

Na análise que a CAP fez à Rede de Emergência de Postos de Abastecimento divulgada pela Entidade Nacional para o Setor Energético fica claro, segundo o organismo que representa os agricultores, que se “atenta apenas à realidade demográfica, ignorando por completo a realidade económica e agrícola do País. Nos distritos onde a Agricultura tem um peso preponderante está estipulado um número muito reduzido de postos de abastecimento que não serão suficientes para que os agricultores possam operar as suas máquinas, os seus tratores e as suas alfaias agrícolas, fazerem as suas colheitas ou escoarem os seus produtos”.

A CAP sublinha ainda que não pode haver portugueses de primeira ou de segunda, portugueses da cidade ou portugueses do campo, portugueses urbanos ou portugueses rurais. “Todos são importantes, todos contam. Os agricultores apelam ao Governo para que reveja a Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, por forma a acautelar que a atividade agrícola seja salvaguardada e que o trabalho de meses de dezenas de milhares de pessoas não seja simplesmente destruído porque não existe combustível para as máquinas poderem operar. Será a ruína de parte significativa do sector e a falência de centenas de agricultores”.

Fonte: Expresso