As plantas são o fundamento da vida na terra. Para além de produzirem o oxigénio que respiramos, fornecem mais de 80% da comida que ingerimos. Para quase metade dos países, o setor agrícola é uma fonte primária de renda. Quase todos os países fabricam e/ou comercializam plantas e produtos vegetais de forma a criar riqueza e apoiar o desenvolvimento. Logo, quando existe uma ameaça para a saúde das plantas, existe também uma ameaça para a saúde humana.
É precisamente neste contexto que, por iniciativa conjunta da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e do Secretariado do International Plant Protection Convention (IPPC), 2020 foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como Ano Internacional da Sanidade Vegetal. Esta iniciativa, proposta em 2015 pela Finlândia, pretende mais do que aumentar o reconhecimento sobre a importância das políticas fitossanitárias entre o público, cientistas, investigadores, agricultores e sociedade, “aumentar a consciencialização e alterar comportamentos, ao nível superior – decisores políticos”. Esta é, por isso, uma missão que diz respeito a todos, e que não deixará nenhuma entidade de fora.
“aumentar a consciencialização e alterar comportamentos, ao nível superior – decisores políticos”
Para a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) esta nomeação tem como principal objetivo aumentar o reconhecimento geral sobre a importância da sanidade vegetal para a concretização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, numa altura em que cerca de 40% da produção global de alimentos se perde devido à propagação de pragas e doenças. Uma iniciativa, por isso, primordial para destacar a importância da proteção da saúde das plantas para melhorar a segurança alimentar, proteger o meio ambiente e a biodiversidade, impulsionando o desenvolvimento económico.
Mostrar como a saúde vegetal pode ajudar a erradicar a fome, a reduzir a pobreza, a proteger o ambiente e a impulsionar a economia é a meta para uma maior consciencialização, com iniciativas que devem partir de todas as entidades, numa colaboração global. “Apoiar as políticas de saúde das plantas em todos os níveis é a forma de fazer com que durante este ano se aumente a consciencialização e se alterem comportamentos”, refere o IPPC (International Plant Protection Convention).
Estas menções anuais vão também ao encontro da Política Agrícola Comum (PAC) pós-2020 e do Plano de Desenvolvimento Rural (PDR), onde se defendem objetivos comuns em matéria da fitossanidade, que visam defender a agricultura e a silvicultura europeia mediante a prevenção. O agravamento das alterações climáticas contribui para a facilidade da sobrevivência destes problemas e, por isso, é crucial que as regras atuais sejam atualizadas e constantemente adaptadas para gerar uma solução conjunta, real e progressiva perante estes desafios.
“Apoiar as políticas de saúde das plantas em todos os níveis é a forma de fazer com que durante este ano se aumente a consciencialização e se alterem comportamentos”
Um trabalho diário, que requer o contributo de todas as partes, que começa hoje e se estende muito além de 2020: um desafio global por uma agricultura sustentável no presente e futuro.
