fitosíntese

Os Produtos Nacionais estão bem e recomendam-se.

No dia em que se assinala o Dia da Produção Nacional, e sobretudo nos tempos difícieis que vivemos, é urgente relembrar alguns dos maiores desafios que o sector agrícola enfrenta e reforçar uma necessidade primordial: consumir o que é português. Por via do enorme controlo imposto desde há muito pela regulamentação Europeia, os alimentos produzidos no mais velho continente são dos mais seguros no mundo, e comprar produtos portugueses e da época é saber que estamos a contribuir para a prosperidade económica e bem-estar social, confiando em produtores que tudo fazem para proteger os recursos naturais, trazendo-nos à mesa o que precisamos para ser saudáveis.

Em tempos de pandemia, os agricultores portugueses continuam a produzir e representam um selo de garantia num mundo cada vez mais incerto. Hoje, mais do que nunca, dar destaque ao que é nacional é ser um espelho daquilo que diariamente escolhemos fazer: consumir o que é nosso.

Numa altura em que é necessário produzir cada vez mais alimentos, de forma sustentável, urge relembrar que também por isso o produto nacional deve ser a nossa primeira escolha, valorizando a vertente económica e social e protegendo o ambiente. Num estudo realizado na Suécia, verificou-se que os frutos tropicais, quando comparados com frutos de produção nacional, necessitam de cerca de 100 vezes mais consumo de energia por kg, no seu ciclo de produção. O que significa que uma banana proveniente da América Central, por exemplo, poderá ter que viajar cerca de 8.000 km enquanto se for proveniente da Ilha da Madeira percorre aproximadamente 970 km, tendo um impacto substancial e expressivamente diferente para o ambiente. E este é apenas um dos muitos casos que nos lembram que vivemos hoje uma época crítica, em que a perda da biodiversidade ao nível global atingiu valores sem precedentes e, por isso, se é necessário produzir de forma cada vez mais sustentável, essa produção tem que ser acompanhada de um consumo também ele, cada vez mais consciente.

Durante este pesadelo em que vivemos, do qual tardamos a acordar, e em que nos desdobramos em mensagens de apelo ao consumo de produtos nacionais, importa lembrar que esta é uma longa caminhada que não começou só agora nem terminará quando todos estivermos, novamente, em segurança. E há um aspecto particularmente interessante, entre todos os desafios que temos pela frente depois desta crise e que deverá permanecer além pandemia: o sentido da interajuda. É por isso essencial não nos cansarmos de sensibilizar a população para a importância social, ambiental e económica da produção agrícola nacional, hoje e sempre. O trabalho que tem sido feito, de aproximação da população mais urbana ao sector agrícola, às suas principais oportunidades e desafios, à sua resiliência e à forma como os agricultores continuam a produzir, num negócio a céu aberto, perante uma natureza que não pára de nos surpreender, é um trabalho que terá que ser sempre partilhado com a sociedade.

Só assim conseguiremos apoiar e valorizar o que é nosso, que é seguro e que deverá ser sempre a nossa primeira escolha.

António Lopes Dias
Director Executivo da ANIPLA