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19 de Março, 2024
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Aquecimento global está a matar os insetos e a pôr em risco o homem

O número de gafanhotos, moscas, mosquitos, borboletas, formigas, aranhas, escorpiões, centopeias entre muitos outros, diminuiu entre 10 a 60 vezes nos últimos 70 anos, revela um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, que descobriu ainda “declínios simultâneos em lagartos, sapos e pássaros que comem estes artrópodes.”

Quem são os culpados? Ao contrário do que alguns autores têm defendido, estes investigadores apontam o aquecimento global.

O trabalho de Bradford C. Lister, biólogo do Instituto Politécnico de Rensselaer, em Nova Iorque, e Andres Garcia, da Univerisidade Nacional Autónoma do México, foi realizado na floresta tropical de El Yunque, Porto Rico, onde as temperaturas aumentaram 2 graus centígrados nos últimos 30 anos.

Os artrópodes vivem em temperaturas específicas e não podem regular a sua temperatura interna, o que significa que um aumento da temperatura ambiente leva a uma menor taxa de humidade e, portanto, os ovos dos insetos estão mais propensos a secar e morrer.

Uma outra pesquisa, publicada em agosto passado na revista Science, que analisa como a mudança climática afeta insetos, já alertava para uma diminuição progressiva dos insetos tropicais como resultado do aquecimento global. De acordo com esta investigação, a partir de um certo limite térmico, estes insetos já não põem ovos e a sua química interna simplesmente apodrece.

“O nosso estudo indica que o aquecimento do clima é a força por trás do colapso da cadeia alimentar na floresta”, escrevem Lister e Garcia, acrescentando que, a confirmar-se, o impacto das alterações climáticas nos ecossistemas tropicais “pode ser muito maior do que se antecipava”.

A situação é ainda mais dramática quando um dos autores afirma que, ao regressar àquela floresta 40 anos depois, verificou que havia “menos pássaros a voar, as borboletas, antes abundantes, tinham desaparecido”. Resultado: a biomassa dos lagartos Anolis caiu 30%, enquanto o pássaro todi-de-porto-rico, que se alimenta maioritariamente de insetos, caiu 90%.

Tendo em conta que alguns destes insetos são polinizadores, com o seu desaparecimento muitas plantas ficarão em risco de extinção. E por consequência o ser humano em perigo.

 

 

 

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