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29 de Março, 2024
Fito-Tema

Fitosíntese: o que plantámos em 2017 e o que poderemos colher em 2018.

Este foi um ano de muitas e importantes notícias no sector agrícola, aquele sector que é tantas vezes desvalorizado.

Um ano depois, a “semear” conteúdos novos todas as semanas, mantemos a confiança neste projeto. O sector agrícola apela, hoje mais do que nunca, ao debate público e à ação conjunta pela defesa de uma atividade tão indispensável à vida, sendo parte estruturante da nossa cultura há muitos milénios.

Apesar da relevância do sector agrícola, continuamos a assistir a tanta desconfiança da população sobre o trabalho e o lugar da agricultura na nossa sociedade. Continuamos seguros de que, com a informação que possuímos, tomamos decisões muito mais conscientes, mas a verdade é que continuamos a cometer erros simples. Quarenta por cento da população portuguesa mostrou não saber ler os rótulos dos alimentos, enquanto considera que as frutas e legumes dos mercados locais são mais saudáveis do que nas grandes superfícies. A mesma população que desconhece que os pesticidas são parte da agricultura sustentável (até mesmo para a agricultura biológica).

Perante tanta desconfiança no sector agrícola, no próximo ano são esperadas novas campanhas sensacionalistas, daquelas que evitam o debate e conduzem a decisões legislativas para as quais a necessidade política de corresponder aos apelos da população fala mais alto do que a ciência. Prevejo que, se continuarmos neste ataque desenfreado e irresponsável, um dia teremos de explicar aos nossos netos porque não soubemos proteger a nossa produção de pera rocha. Talvez coloquemos a mão na consciência para procurar uma explicação melhor para justificar o fim do tomate para indústria, em que Portugal ocupa o 4.º lugar entre os maiores exportadores do mundo.

Mas apesar do tom crescente de revolta, a ciência mantém-se independente da agitação e mostrou-nos que os europeus vivem tempos de prosperidade no que respeita à qualidade dos alimentos produzidos na UE.

Em 2017, um estudo da EFSA voltou a demonstrar que os europeus podem confiar na qualidade das suas frutas e legumes, graças ao empenho do sector e à modernização dos métodos agrícolas. Temas como a produção integrada, ou a preservação dos recursos naturais, são hoje parte da rotina da agricultura moderna, a par com a preocupação dos produtores com temas como a reciclagem dos resíduos agrícolas – que este ano voltou a crescer. Os nossos produtores são pessoas informadas e empenhadas na qualidade dos produtos, como mostra este breve documentário europeu.

O vinho continua a ser um produto português muito apreciado pelo mundo e os números recorde das exportações demonstram-no cabalmente.

Porque dela dependemos, a alimentação continuará a ser um tema central da nossa vida em sociedade. Enquanto metade do mundo luta para garantir que continuaremos capazes de produzir alimentos seguros e em quantidade para uma população em crescimento, outra metade do mundo procura descobrir novos sabores e alimentos para 2018.

Estou confiante que que em 2018 vamos “colher” novas notícias, de um sector que, talvez como nunca, apela ao debate sério e consciente de toda a sociedade.

Um bom ano.

António Lopes Dias, Director executivo da Anipla

 

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