Mais trabalhadores, mais valor associado, mais exportações. A produção nacional agrícola e alimentar tem evoluído de forma positiva na última década e dá cada vez mais cartas nos mercados internacionais.
O número de portugueses que trabalham na agricultura aumentou 20,5% em três anos e mais de 50% desde 2009. No total, são 77 mil os que desempenham funções permanentes no campo e, destes, 14 mil assumem cargos de direção. Mais de 40 mil estão a tempo completo nesta atividade.
Apesar da evolução positiva, a idade média do produtor agrícola em Portugal aumentou dos 64 anos em 2013, para 65 anos em 2016, revela uma análise do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) ao Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2016, elaborado pelo INE. Cerca de 2/3 dos agregados domésticos dos produtores têm como fonte de rendimento pensões e reformas.
Ao mesmo tempo, a mão-de-obra agrícola é, essencialmente, de estrutura familiar: 72,2% das UTA (Unidade de Trabalho Ano, medida equivalente ao trabalho de uma pessoa a tempo completo, num ano).
Fruta, hortícolas, vinho, azeite e cereais são alguns dos produtos em que Portugal mais se destaca. Entre 2000 e 2016, a produção agrícola aumentou 300 milhões de euros, com a produção vegetal a representar 56% deste valor, seguido da produção animal (34,4%).
De acordo com a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2017, o rendimento da atividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), “deverá registar um decréscimo de 2,4%, após um crescimento de 17,5% observado em 2016”, indica o INE. Esta queda foi provocada por uma redução dos subsídios à produção.
Perto de 7% da superfície agrícola utilizada já é dedicada à produção biológica (4,3% em 2009), uma tendência que deverá consolidar-se numa altura em que os consumidores procuram cada vez mais estes produtos.
A agricultura nacional também dá cada vez mais cartas no mercado internacional. O ano de 2017 fechou com 4867 milhões de euros de exportações agroalimentares (4447 em 2016). Em Fevereiro deste ano, as vendas externas de produtos agroalimentares cresceram mais de 10% para 459 milhões, um ritmo muito mais elevado do que as importações (1,3% de aumento para um total de 52 milhões de euros).
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