15.8 C
Lisboa
21 de Novembro, 2024
Fito-Notícias

Portugal contra reintrodução na UE castas de vinho de baixa qualidade

Fotografia de Nuno Fox/Lusa

Para o ministro a introdução de castas que produzem vinho de baixa qualidade pelo motivo de serem mais resistentes a doenças, o que reduz o uso de pesticidas, seria “uma decisão muito arriscada”.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, opôs-se esta segunda-feira a uma proposta da Comissão Europeia de permitir que voltem a ser plantadas na União Europeia (UE) castas de vinho de baixa qualidade, mas mais resistentes.

“Depois de tanto investimento na restruturação da vinha, nos últimos 20 anos, e que permitiu chegar a padrões de qualidade, abrir a possibilidade de haver outras castas completamente diferentes das nossas tradicionais poderia pôr em causa esse enorme esforço que colocou os vinhos portugueses e os europeus no ‘top’ mundial”, disse Luís Capoulas Santos.

Para o ministro, a introdução de castas que produzem vinho de baixa qualidade pelo motivo de serem mais resistentes a doenças, o que reduz o uso de pesticidas, seria “uma decisão muito arriscada e desadequada”, tendo manifestado a oposição portuguesa.

“Do nosso ponto de vista, as propostas da comissão não estão suficientemente fundamentadas”, adiantou aos jornalistas portugueses o ministro, à margem de uma reunião com os seus homólogos da UE.

A proposta da Comissão Europeia é contestada por Portugal e outros 11 Estados-membros que no seu conjunto representam 90% da produção europeia de vinho e defendem a manutenção do ‘status quo’.

A proposta do executivo comunitário, que não disponibilizou aos ministros os estudos que fundamentam a mesma, prevê a possibilidade de os Estados-membros e setor vinícola de usarem variedades de uvas que pertencem às espécies Vitis Labrusca e castas Noah, Othello Isabelle, Jacquez, Clinton e Herbemont, que estiveram durante anos banidas por razões que Bruxelas já não considera válidas.

Para além de Portugal, a proposta é contestada por países grandes produtores de vinho de qualidade, como a França, Espanha, Itália e Grécia, que concordam que esta põe em causa a reputação dos vinhos europeus.

 

In Observador, créditos integrais, 28 de Janeiro de 2019

 

Posts relacionados

Roadshow Smart Farm Virtual leva debate sobre ferramentas para sistemas de produção sustentáveis até ao Algarve

ANIPLA

Agricultura, ambiente e as efervescências sem sentido

ANIPLA

Maria do Céu Antunes: “É fundamental potenciar o crescimento da atividade agrícola”

ANIPLA

Deixe um comentário



Utilizamos cookies para melhorar a experiência do utilizador, personalizar conteúdo e anúncios, fornecer funcionalidades de redes sociais e analisar tráfego nos websites. Partilhamos informações com os nossos parceiros de redes sociais, de publicidade e de análise, que as podem combinar com outras informações que lhes forneceu ou recolhidas por estes a partir da utilização daqueles serviços. Consente? Mais informações sobre cookies e processamento dos seus dados pessoais, consulte a nossa Politica de Privacidade.

Aceitar Ler mais