Os fitofármacos ajudam diariamente os agricultores a combater de forma mais eficaz os inimigos das culturas e são o resultado de um longo e complexo processo de Investigação e Desenvolvimento (I&D).
São precisos, em média, 11,3 anos para que um fitofármaco chegue ao circuito comercial e o investimento em I&D por parte da indústria não tem parado de crescer: entre 2005/2008 e 2010/2014 as empresas investiram mais 11,7% de fundos, um total de 215 milhões de euros por cada substância ativa analisada, de acordo com o estudo mais recente da ECPA, a associação que representa a indústria fitofarmacêutica na Europa.
É graças à ciência que se encontram soluções de combate a novas pragas e que se estudam as culturas mais adequadas, promovendo a biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos naturais, numa altura em que as alterações climáticas ameaçam, nomeadamente, aumentar os surtos de pragas.
Numa recente entrevista à agência Lusa, o Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, salientou isso mesmo: a investigação científica na agricultura é fundamental para lidar com estes desafios. Capoulas Santos lembrou que as mudanças no clima são particularmente visíveis em países como Portugal e, por isso, estão a ser estudadas medidas que mitiguem os seus efeitos e “respostas mais atuantes relativamente a certas doenças“, como a bactéria xylella fastidiosa, exemplificou. Esta bactéria foi detetada em outubro de 2013 em Itália e já infetou meio milhão de oliveiras naquele país. Não há ainda forma de combater diretamente a xylella fastidiosa, que infesta 300 espécies vegetais, incluindo amendoeiras, videiras e citrinos.
O primeiro sinal da presença da xylella fastidiosa na Península Ibérica surgiu em junho deste ano em Valência, Espanha e teme-se, agora, que chegue a Portugal. “Temos de estar preparados para lidar com todas estas situações, sobre as culturas que serão as mais adequadas no futuro… E por isso estamos a dar grande importância à investigação científica na área da agricultura“, disse o ministro.