82% dos portugueses desconhece que 40% das culturas agrícolas mundiais são perdidas todos os anos devido a pragas, doenças e infestantes.
O setor agrícola é um aliado fundamental do consumidor. Mas, nos últimos anos, a proliferação de estudos, opiniões, modas e tendências que colocam dúvidas sobre os alimentos tem sido de tal forma dinâmica, que o papel da produção como garante essencial da alimentação humana tem sido esquecido.
Os agricultores operam em terrenos desafiantes, confrontam-se com desafios trazidos pelas alterações climáticas e próprios das culturas que cultivam e procuram diariamente preservar recursos. Sabem, como ninguém, que é vital e determinante respeitar a natureza: é ela quem nos sustenta, que enche o nosso frigorífico e a nossa despensa. Sabem que a água, por exemplo, é um recurso escasso e munem-se da mais evoluída tecnologia para promover a poupança e a gestão rigorosa deste elemento essencial.
Na semana passada, o Centro de Estudos Aplicados (CEA) da Universidade Católica Portuguesa, em parceria com a ANIPLA, realizou um estudo à população portuguesa adulta para aferir o seu conhecimento quanto às realidades da produção agrícola. Os resultados evidenciaram um desconhecimento generalizado sobre os desafios que o nosso planeta irá enfrentar a curto prazo. Cerca de 93% da população inquirida não sabe que a produção alimentar global precisa de aumentar 60% até 2050. E 82% desconhece que 40% das culturas agrícolas mundiais são perdidas todos os anos devido a pragas, doenças e infestantes. Sem o recurso a produtos fitofarmacêuticos, a percentagem pode duplicar.
A proteção das plantas é um aliado fundamental do agricultor e do consumidor. Sem ela e sem práticas ambientais sustentáveis será impossível responder ao aumento populacional e manter a capacidade de produção de alimentos. Ainda assim, o estudo da CEA/ANIPLA também veio mostrar que 85 dos portugueses acredita que os produtos fitofarmacêuticos são concebidos com o objetivo de proteger as plantas das influências prejudiciais, incluindo insetos nocivos, infestantes, fungos e outros parasitas. E mais de 60% acredita que, para manter os seus alimentos acessíveis, os agricultores devem ser capazes de combater infestantes, pragas e doenças recorrendo aos produtos fitofarmacêuticos.
São resultados que evidenciam o conhecimento dos portugueses sobre a produção agrícola e mostram como esta dupla – consumidores e agricultores – tem de ser inseparável na defesa de uma alimentação segura, sustentável e acessível a todos.