Quando um negócio passa de geração em geração, preservá-lo ganha toda uma outra importância. No caso da agricultura, produzir de forma sustentável e preservar a biodiversidade do solo é também garantir que um dos ativos mais preciosos para o agricultor se mantém saudável e em produção para as gerações futuras.
A FAO (a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) tem vindo a sublinhar que erradicar a pobreza e atingir a sustentabilidade ambiental dependerá “criticamente da agricultura familiar”. Os agricultores familiares “gerem sistemas agrícolas diversificados e preservam produtos alimentares tradicionais, contribuindo não só para uma alimentação equilibrada, como também para a salvaguarda da agro-biodiversidade do mundo”, sustenta.
Estima-se que em Portugal existem 284 mil explorações que podem ser qualificadas como familiares. Representam 93% do número total de explorações e 49% da superfície agrícola útil do país. Geram 82% do trabalho total da agricultura. Na União Europeia, das 12,2 milhões de explorações agrícolas, 96,9% são familiares (dados de 2010). No mundo haverá mais de 500 milhões.
Independentemente da sua dimensão, dotar os agricultores familiares de ferramentas e informação é, assim, vital para a manutenção dos ecossistemas e da biodiversidade dos solos.