1. Quais os maiores desafios em combater mitos e “notícias falsas” numa época tão disponível à (des)informação?
Em geral, combater todos os mitos que referem que a alimentação não é segura ou até que os alimentos nos estão a envenenar. No entanto, nós nunca tivemos a segurança alimentar que temos agora.
2. No seu livro “Qué es comer sano?” desmonta 101 mitos sobre alimentação. Partilhe pelo menos três (3) ligados à produção de alimentos e a verdade científica sobre os mesmos.
- Estamos a comer pesticidas. A realidade é que os controlos são rigorosos e nada chega aos nossos pratos. As quantidades são ridículas.
- Antigamente comíamos melhor do que agora. Antigamente não havia a variedade e a qualidade que temos agora, idealizamos o passado, mas as nossas avós gostariam de ter ido a um supermercado e ter encontrado tudo o que existe hoje em dia.
- Que somos o que comemos. Esta frase foi revestida de um significado místico que nunca teve. Efetivamente refere-se ao facto de que comer é a primeira necessidade básica do ser humano, mas a comida não muda o nosso caráter, pelo contrário, a comida é uma mais uma expressão cultural.
3. Existe nos consumidores a ideia de que os alimentos produzidos em modo biológico são mais nutritivos e seguros do que os alimentos produzidos em produção integrada. Estamos a falar de mito ou verdade?
É um mito. Quando alguém compra um produto biológico está a pagar somente por um selo que garante o tipo de inputs que foram usados nessa cultura. O regulamento que regula a produção biológica não fala de qualidade ou saúde. Baseia-se apenas na autorização de produtos de origem natural, mas também não refere se estes produtos são mais eficazes ou menos poluentes.
4. O que prevê para o futuro da agricultura?
Será melhor, mais ambientalmente amigável, mais produtiva e mais segura, graças à tecnologia.
5. O que podemos esperar de si enquanto orador no Fórum Smart Farm?
Esperemos que as pessoas tenham mais confiança na comida que chega às nossas mesas e que possam acabar com alguns mitos.